A sociedade paranaense tem assistido várias demonstrações de intolerância e violência do governo Lerner contra os movimentos sociais. Manifestações pacíficas de sindicatos, estudantes e movimentos populares têm sido reprimidos pela PM com a mesma violência que marcou os chamados "anos de chumbo"do regime militar. Essa onda de repressão não acontece à toa. O que Lerner – O Arquiteto da Violência - pretende é calar toda e qualquer voz contrária ao seu governo. No Paraná de Lerner, o povo está proibido de sair às ruas e manifestar sua indignação.
E por que nossos movimentos têm ido às ruas?
- Porque o governo Lerner inverteu as prioridades no Paraná e passou a produzir políticas públicas que beneficiam a iniciativa privada e não beneficiam o povo.
- Porque o governo Lerner lançou o povo no desemprego, com o fechamento de 110 mil postos de trabalho.
- Porque o governo Lerner abandonou o povo à violência do crime organizado, das polícias e do desvio de dinheiro público que assola muitas prefeituras pelo Paraná afora.
- Porque o governo Lerner abandonou a agricultura familiar - que representa 87% dos estabelecimentos agrícolas do Paraná, seno a principal responsável pela produção de alimentos com grande potencial de geração de emprego e renda.
- Porque o governo Lerner entregou, através da privatização, o patrimônio do povo do Paraná para grandes grupos privados, muitos deles estrangeiros.
- Porque o governo Lerner transformou em mercadoria a saúde e a educação de nosso povo através da privatização e terceirização dos serviços públicos.
- Porque o governo Lerner privatizou as estradas do Paraná, encarecendo nosso direito de ir e vir e o escoamento da produção agrícola e industrial.
- Porque o governo Lerner, ao invés de radicalizar na defesa da reforma agrária, um problema de cinco séculos, vem radicalizando é na violência das desocupações e na criminalização da luta dos excluídos da terra, organizados no MST. Em pouco mais de cinco anos, foram 405 prisões, 94 despejos violentos, 313 trabalhadores feridos, 19 trabalhadores torturados, 44 ameaças de morte e 15 assassinatos.
- Porque o governo Lerner quer equilibrar os cofres do Estado – exauridos por gastos gigantescos com propaganda e com a iniciativa privada – com o achatamento dos salários dos servidores públicos.
- Porque o governo Lerner defende e implementa as mesmas políticas do governo FHC, que só fazem aumentar a exclusão social.
E por que estamos nas ruas, hoje?
Há 30 dias, quando os trabalhadores sem terra vinham para Curitiba fazer uma manifestação pacífica – reivindicando terras e o cumprimento de promessas de Lerner - o Arquiteto da Violência – tiveram seus ônibus detidos, foram revistados e impedidos de continuar. Diante da recusa de seguir a ordem arbitrária de voltar para suas cidades, forma massacrados com balas e bombas de gás. No confronto foi assassinado o trabalhador Antonio Tavares Pereira.
E é por isso que estamos hoje nas ruas. Viemos clamar por justiça, pela vida e pelas liberdades democráticas.
Basta de repressão, corrupção e impunidade!
Todo o apoio ao MST e às categorias em greve no Paraná e no Brasil!
Curitiba, 2 de julho de 2000
Fórum Nacional de Luta – Trabalho, Terra,
Cidadania e Soberania - Paraná